Como descobrir se seu amigo hétero é gay?
Quer saber como descobrir se aquele amigo pitboy é uma Lhasa? Se ao invés de brother ele é uma Gaga? Você que tem dificuldades de identificar se alguém é ou não gay, que tem o radar fraco, ou é inocente demais, aqui vão algumas dicas que, terminantemente, não falham. Chega de falsas suspeitas, ou ele é ou não é.
Ele vive de dieta: hétero só faz dieta quando o médico diz que ele vai morrer se comer besteiras. Então, só assim ele troca aquela picanha gordurosa por uma pizza de calabresa – e sem peso na consciência. Bata um papo gastronômico com seu amigo e se, por acaso, rolar algo sobre alimentos de soja, Ômega 3,frases do tipo “não como carboidratos antes de dormir”, pode rolar outra coisa também.
Ele gosta de Beyoncè: pra esse tópico nem há motivos para dúvidas. A não ser que ele seja fanático por mulatas aí sim justifica, pois assistir a um heterossexual dançar Single Ladies é a visão do inferno – não combina mesmo. Homem que gosta de DIVA (Madonna, Cher, Britney Spears, Kylie Minogue...) é gay – ponto. Coloque uma música da Lady Gaga bem alto e preste bastante atenção no corpo dele, se ele mexer pelo menos um pezinho na tentativa de acompanhar a música, pode partir pro abraço que aí tem.
Ele tem mais de 30 anos e tem a barriga sarada: a não ser que ele seja atleta olímpico ou tenha uma genética de pedreiro, aí sim ele se esquiva dos alertas emergenciais. Do contrário, pode investir que aí tem coisa. Já foi comprovado que homem hétero se acaba depois do casamento, não liga se tem uma barriga de Chopp, não malha glúteos, não tem a foto principal do facebook sem camisa, e nem sabe o que á Jack 3D. Salvo em raras exceções.
Ele é gente que faz: não confunda o cara gostar da sua companhia com o fato de ele querer ver você nu. Depois você aparece com o olho roxo e vai ter que ficar falando pros amigos que começou a ter aulas de jiu jitsu. Jiujiteiros destroem as orelhas, não os olhos. Saiba mentir porque o mundo gay tem ojeriza à bicha truqueira. Se você está em dúvidas se ele curte ou não o esquema, saiba chegar, senão quem vai sair mal na história é você. Procure saber o time de futebol que ele torce, por exemplo, e estude sobre o assunto para ter algo em comum. Homem gosta, antes de tudo, do que as mulheres ainda não perceberam: de atenção e companheirismo.
Não existe hétero, existe homem que não foi bem cantado: só se for no seu mundo. Se você gosta só de homens, porque um homem não tem direito de gostar só de mulheres; isso também é preconceito.
Ele fala diferente: ele é ousado no português, abusa da gramática com glamour, fala com predicados: Alerta vermelho. Hétero não diz: ”achei o show mega chato”, o show é uma bosta e pronto. “Amei sua blusa verde Jade”, é verde, as cores para eles são como num cartucho de tinta colorida, existem apenas 4, as variações vêm da imaginação das bibas afetadas. Importante: amar uma blusa é dar bandeira demais. HT ama o Vascão, o Mengão, o Fogão.
Dica infalível: trave um diálogo com expressões bem específicas do tipo:
__ Nossa, ontem fui a um boulevard e encontrei um vintage Dior rarrissimo, cópia da atual Herrera.
Se ele fizer cara de perdido, pule fora – é HT total. Se ousar em continuar o diálogo, já peça duas taças de vinho.
Ou então faça o contrário:
__ Ae lek, a galera vai se reunir no Domingo lá em casa, vai rolar P3 e depois geral no Engenhão, bora?
Pra você que é desatualizado, P3 – play station 3, e Engenhão é um estádio de futebol. Se ele ficar intimidado, é “entendido”. Se continuar o diálogo, vai perder um Domingo da sua vida porque ele vai te atazanar. E ai de você se der pinta.
Ele tem pavor aos gays: homofóbicos geralmente são violentos e até matam - de prazer, só se for. Já foi dito em pesquisas que quem luta muito contra algo interno tende a se comportar de forma repulsiva. Nada que uma pegada forte desabroche o marrento.
Agora, se você esbarrar por um cara que usa pochete, cinto combinando com o sapato, sendo esse mocassim, pior fica. Saia correndo, porque sendo gay ou não é uma queimação de filme total.
Já se foi a época em que as pessoas eram rotuladas pelas vestimentas, pelo gosto musical, pelos gestos. Hoje facilmente podemos encontrar um gay malhado, com o corpo envolto de tatuagens, bermudão surfista, corrente de prata no pescoço, sempre acompanhado de um pitbull e em contrapartida um heterossexual que esteja coberto de Dolce & Gabbana dos pés à cabeça, com calças skiny e pulseiras Louis Vuitton, haja visto os italianos que são fashionistas. O preconceito está na cabeça das pessoas. A intenção desse artigo é mostrar que as pessoas são iguais, apesar das diferenças; ou que elas são diferentes, e que ninguém é igual: somos únicos.
Bruno de Abreu Rangel
brunorangelbrazil@hotmail.com