A Guerra contra o preconceito
Certa vez, no aeroporto de Heathrow em Londres, pedi a um rapaz cuja aparência remetia a um cidadão nórdico, que olhasse a minha bagagem de mão enquanto ia ao toalete. Todos estamos acostumados a fazer isso aqui no Brasil. Claro que depois de passarmos os olhos pelo ambiente e finalmente detectarmos um rosto confiante.
Mas para a minha surpresa, fui interrompido: __ Where are you from? De onde você é? Foi a pergunta dele.
Como assim, “De onde eu era?” Faria mesmo alguma diferença? Talvez a resposta seria positiva apenas se eu fosse um suíço, ou qualquer um dos indivíduos dos países onde habitam a “Superclasse”.
O preconceito já dominou a humanidade e seqüestrou o bom senso colocando o respeito contra a parede, e assim construindo um novo “Muro de Berlim”, onde separa as pessoas entre uma coisa e outra. A Segunda Guerra Mundial acabou faz algum tempo, mas a Guerra moral continua dizimando a dignidade de muita gente por todo o canto.
Ainda na Europa, onde dizem ser o continente de vanguarda cultural e liberdade de expressão, dois jovens franceses discutiam na porta de um movimentado bar no Marais, o charmoso e bem freqüentado bairro gay de Paris. Seja qual fosse a questão, a multidão afoita se reunia ao redor para assistir aquele pé de Guerra, quando um dizia ao outro:
__ Sou gay sim, mas posso disfarçar isso, fingir para a sociedade que sou um ser convencional, como muitos fazem, mas e você que é negro, o que pode fazer para mudar isso?
Nossos valores estão invertidos. Em todos os momentos estamos competindo por coisas estúpidas. O carioca é melhor que o paulista, o brasileiro é mais gentil que o italiano, eu moro na zona Sul, você mora na zona Norte. E por ai vai uma lista de infinidades preconceituosas que parecem inofensivas, mas é comum morrerem mais pessoas no Maracanã do que na própria faixa de Gaza, simplesmente porque o torcedor adversário não aceitou a derrota.
A partir do momento em que passamos a catalogar as pessoas, dividir entre uma coisa e outra, aí surge uma batalha, e um grande número de batalhas transforma-se numa Guerra. Mulçumanos contra católicos, brancos contra negros, héteros preconceituosos contra gays. O Nazismo foi nada mais que uma batalha preconceituosa, e além de exterminar milhões de judeus, Hitler perseguiu milhares de gays e os sacrificou ate à morte. Por ironia do destino, a história conta que Hitler era homossexual, mas também preconceituoso o que fez dele o líder de uma batalha sem valores morais.
Quantas pessoas morrem por dia numa Guerra e quantas pessoas vivem numa Guerra para serem o que são?
Mas para a minha surpresa, fui interrompido: __ Where are you from? De onde você é? Foi a pergunta dele.
Como assim, “De onde eu era?” Faria mesmo alguma diferença? Talvez a resposta seria positiva apenas se eu fosse um suíço, ou qualquer um dos indivíduos dos países onde habitam a “Superclasse”.
O preconceito já dominou a humanidade e seqüestrou o bom senso colocando o respeito contra a parede, e assim construindo um novo “Muro de Berlim”, onde separa as pessoas entre uma coisa e outra. A Segunda Guerra Mundial acabou faz algum tempo, mas a Guerra moral continua dizimando a dignidade de muita gente por todo o canto.
Ainda na Europa, onde dizem ser o continente de vanguarda cultural e liberdade de expressão, dois jovens franceses discutiam na porta de um movimentado bar no Marais, o charmoso e bem freqüentado bairro gay de Paris. Seja qual fosse a questão, a multidão afoita se reunia ao redor para assistir aquele pé de Guerra, quando um dizia ao outro:
__ Sou gay sim, mas posso disfarçar isso, fingir para a sociedade que sou um ser convencional, como muitos fazem, mas e você que é negro, o que pode fazer para mudar isso?
Nossos valores estão invertidos. Em todos os momentos estamos competindo por coisas estúpidas. O carioca é melhor que o paulista, o brasileiro é mais gentil que o italiano, eu moro na zona Sul, você mora na zona Norte. E por ai vai uma lista de infinidades preconceituosas que parecem inofensivas, mas é comum morrerem mais pessoas no Maracanã do que na própria faixa de Gaza, simplesmente porque o torcedor adversário não aceitou a derrota.
A partir do momento em que passamos a catalogar as pessoas, dividir entre uma coisa e outra, aí surge uma batalha, e um grande número de batalhas transforma-se numa Guerra. Mulçumanos contra católicos, brancos contra negros, héteros preconceituosos contra gays. O Nazismo foi nada mais que uma batalha preconceituosa, e além de exterminar milhões de judeus, Hitler perseguiu milhares de gays e os sacrificou ate à morte. Por ironia do destino, a história conta que Hitler era homossexual, mas também preconceituoso o que fez dele o líder de uma batalha sem valores morais.
Quantas pessoas morrem por dia numa Guerra e quantas pessoas vivem numa Guerra para serem o que são?