quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Desilusão amorosa


Desilusão amorosa


Ganhar a confiança de alguém na vida é um investimento que fazemos sem esperar retorno. Cultivar o respeito, a sinceridade, o amor... É um dos maiores prazeres que podemos experimentar. Amar e ser amado é uma dádiva. Quando estamos vivendo um romance sentimos o gosto de ser um só, de fechar os olhos e ainda assim enxergar a presença da pessoa amada, ter o perfume impregnado na nossa mente, a impressão de que a casa fica muito mais cheia quando estamos juntos, sonhar de olhos abertos, receber um abraço que aquece qualquer inverno e um beijo que se dá com a alma, nunca com a boca.


Mas como seguir em frente quando perdemos um grande amor? É possível manter a alegria de viver quando a falta desse sentimento nos consome?


O fim de uma grande paixão, quase sempre, nos arranca um pedaço, é como um sonho que ao acordar deixa um certo vazio, e por muito tempo não conseguimos nos sentir por inteiro.
Todos experimentamos a dor do desprezo, de ver ruir um casamento que planejamos com nossa imortalidade, todos vivenciamos a infelicidade de assinar papeis, que são pura mediocridade mortal e verem que um dia perdem validade como um produto que tem data para estragar. Acabamos por trocar de companheiro, namorado, marido, até percebermos que só trocamos de problemas.


Não existe, em todo o planeta, um ser que consiga ter uma vida saudável sem amor porque ele é a energia que move a nossa existência. Quando conhecemos uma alma singular à nossa, trocamos essa energia para nos sentirmos mais completos. Acontece que, por algum descuido ou por mero desgaste num dia qualquer a gente descobre que essa energia se enfraqueceu e a relação estagnou, perdeu a luz, se desorientou no espaço. Num momento inesperado a pessoa com quem dividimos os lençóis termina com tudo, num piscar de olhos, ou nos faz algo imperdoável. Esse dia sempre chega, cedo ou tarde, ainda que leve anos a decepção “vem a cavalo”. Isso é normal, temos que estar preparados para isso, prontos para relevar e sobreviver a uma tempestade que parece infindável. O perdão é para poucos, porque não vem junto com o manual do esquecimento, na maioria das vezes e é nesses momentos que o mundo testa o nosso poder de absolvição.

Temos que nos apaixonar novamente todos os dias, ainda que seja pelo nosso trabalho, por nosso lar, pela vida que levamos, porque somente assim, nossos olhos voltarão a brilhar, o mundo caberá no nosso peito e nosso coração terá espaço para quem quiser entrar.
Viva a sua história de amor e guarde os bons momentos para seguir a vida adiante, pois as tempestades virão sempre e você precisará se proteger. Fique atento ao comportamento das pessoas, aquele que despreza um amor para ficar conosco, mais tarde acabará nos desprezando.

E para curar uma desilusão amorosa, nada como um novo amor.







Bruno de Abreu Rangel

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