terça-feira, 25 de março de 2014

Os Illuminati de Ipanema



Existe uma teoria da conspiração bastante fundamentada sobre uma sociedade secreta que exerce domínio sobre o mundo. É composta por 13 famílias poderosíssimas que não se misturam, mantêm rituais e determinam as regras do sistema em que vivemos. Patrocinam grandes celebridades do mundo pop divulgando, através de mensagens subliminares, os ideai Illuminati, no intuito de controlar tudo e todos.  Pra se ter uma ideia é um esquema tão fechado que nenhum brasileiro sequer tem acesso, no máximo alimenta a pirâmide – e só.

Resumindo: tem que ter bala na agulha.

Mas, acreditem, tem gente em Ipanema que jura fazer parte de um grupo desses, que são tão ricos, poderosos e ditam as regras do jogo. Só rindo. Mas para a gargalhada ser ainda mais gostosa, abram uma aba e pesquisem um pouco sobre esse assunto no Google.

Voltemos.

Se você encontrou um bom artigo, já deve ter percebido que existem mais provas sobre os Illuminati do que Jesus Cristo, por exemplo, mas isso é outra questão que foge ao assunto. E nem me atrevo em me aprofundar para não ser perseguido e exterminado pelos religiosos fanáticos. Eu não creio nos Illuminati em Ipanema, mas que eles existem, existem. Consigo imaginar o nosso célebre Miguel de Cervantes nos servindo essa canja.

Esse tema surgiu num momento bem inusitado. Estava eu na academia concentrado nos meus exercícios, meio entediado com a rotina e com a falta de novidade, quando um episódio finalmente fez o dia valer. Apesar de o local ser bem frequentado por gente bonita e ter um clima de azaração (o que é prioridade pra muita gente que vai treinar), todos os dias eram iguais, as mesmas pessoas, os mesmos assuntos – os mesmos grupos que se reúnem pra malhar o corpo e a língua. Muito me agrada a ideia da socialização, da construção de amizades com laços fortes, da estrutura sólida de um relacionamento entre duas pessoas ou mais. Isso não tem nenhuma relação com o fato de sair com alguém, trocar salivas, fazer um sexo selvagem e no dia seguinte fingir que não conhece só porque não passa pela aprovação do grupo. Fica a dica.

Um dia a casa cai.

Um minuto de silêncio pra cara de assustado de um rapaz que estava na academia às gargalhadas com o seu grupo (todos sarados, tatuados no braço esquerdo, mesmo corte de cabelo, bermuda da marca X, mesmo tipo de assunto), quando foi abordado por um garoto afeminado, que usava bolsa tiracolo e com características que destoavam dos demais.  Vale lembrar que a tribo poderia ser de nerds, de emos, surfistas, pseudohéteros, maconheiros, isso não é relevante. O fato é que um rapaz com certos trejeitos “teve a audácia” de cumprimentá-lo na frente de todos os seus “amigos”. Eu e quem estava por perto parou pra ver a cena, digna de Oscar. Não deveria ser nada incomum se aquele grupo fosse mais democrático, liberal e open minded. Mas, do contrário, são intocáveis, só conversam entre si, monopolizam os aparelhos e estão sempre rindo alto quando alguém ousa cruzar o caminho deles.

O rapaz terminou o breve diálogo e se despediu com um:

Não some gato, se cuida.

Deboche generalizado.

Um dos integrantes daquele “grupo intocável” acabara de ser desmascarado diante de todos e, pela sua expressão, a vergonha era tamanha que foi suficiente para que ele não aparecesse por lá nos dias seguintes. Tudo que me recordo eram das risadas e dos comentários:

Olha só, fulano de tal tá comendo o viadinho.

E nunca lhes passou pela cabeça que poderia ser o contrário.

E dá-lhe uma lista vasta de predicados que eles não pouparam em dizer em alto e bom tom para quem quisesse ouvir. Esse tipo de atitude, ainda nos dias de hoje, nos leva a pensar que a vida humana na Terra é uma experiência que deu errado. Mas ainda assim fico com a esperança de que isso mude o mais breve possível.

Fazendo um mea culpa, confesso que já fui cruel algumas vezes apontando o dedo num ato de superioridade e filtrando o tipo de pessoa com quem eu fosse me relacionar. Por outro lado, também já vivenciei as preocupações de ser aceito num grupo, de ter vergonha da própria mãe, ter necessidade de esconder as origens, me permitir uma superficialidade só para ser aceito numa turma em que ninguém era o que dizia ser, mas a maturidade veio e junto trouxe o aprendizado.

 Hoje conheço meio mundo, deslizo entre todas as classes sociais e posso contar de verdade com amigos que mal enchem uma mão. Livrei-me dos grupos que pensam ter o corpo perfeito, que ditam moda, estilos de vida e que sobrevivem do status quo de “The best of the best”. Disse não aos “poderosos” Illuminati de Ipanema sem o menor receio do julgamento, porque, quando alguém nos julga, na verdade está querendo nos diminuir para que se sinta maior. Pra infelicidade de todos nós, isso não acontece só nas academias, mas também nas praias de domingo, nas esquinas onde se toma um bom açaí, nas festas onde todos se cruzam, nas calçadas da Farme de Amoedo e de qualquer lugar do mundo.

Jogando lenha na fogueira: Quantos desses “playboys fodas” (aspas para a ironia) são realmente nascidos e criados em Ipanema? Sabe-se que uma grande maioria migrou do subúrbio carioca ou de cidades pequenas para ganhar a vida no Rio de Janeiro no intuito de alcançar um degrau na escada ilusória do país das maravilhas de Alice, onde são todos bem sucedidos e ninguém envelhece. Acham-se tão privilegiados, ricos, poderosos. Sentem-se iluminados, exclusivos e dignos de criar uma Nova Ordem Mundial, tal quais os integrantes de sangue azul da elite oculta. Até que um dia...

 Bingo.

 A realidade bate na porta.

Concedam-me o direito ao idealismo; todos podem e devem ter amigos com afinidades, desejos afins, similaridade de planos e projetos de vida. Isso nada tem a ver com a falta de respeito, com a discriminação, com a construção de um muro de Berlim onde se divide uma coisa e outra. Seja macho, afeminado, negro, branco, surfista, drogado, morador da zona leste, da zona sul – estamos todos no mesmo barco. E se os Illuminati realmente existem vamos nos preocupar com eles porque o mundo precisa melhorar muito pra ser um lugar digno para se viver em paz e harmonia.




Bruno de Abreu Rangel

terça-feira, 18 de março de 2014

Quer namorar comigo?



Transitando pelas calçadas do Leblon, me deparei com uma cena digna de Manoel Carlos. Um garoto que aparentava pouco mais de 18 anos estava com uma rosa nas mãos pedindo uma menina em namoro. Um verdadeiro ensaio para o casamento, praticamente um projeto piloto do “viver felizes para sempre”.  Minha reação foi instintivamente emotiva, mas me contive porque não fica nada bem um rapaz de 30 anos com uma tatuagem Maori nos braços chorando por aí por qualquer besteira. Digo isso porque a rua estava lotada e as pessoas que passavam não davam a menor importância. Se bem que tinha uma velhinha ranzinza atormentando o garoto apaixonado que, supostamente, estava atrapalhando a sua passagem. Ninguém se dava conta de que bem ali tinha uma amostra grátis da felicidade. A menina disse ‘SIM’ e eles se beijaram timidamente.

‘O mundo tem salvação’, pensei.

Particularmente gosto muito de ser cortejado, ser convidado pra sair com hora marcada, uma reserva num restaurante chique com direito a taça de vinho, luz de velas seguida de uma proposta de compromisso:

__ Quer namorar comigo?

Tudo bem que já pediram a minha mão algumas vezes, mas pra checar o porquê das unhas crescidas, uma suposta ferida ou pra dizerem que tenho mãos de pianista, mas nada de pedir em namoro, ainda estou esperando... Sentado. Talvez isso seja démodé, ultrapassado, mas não tiro o mérito de quem ainda preserva os bons costumes, como o garotão do Leblon.

  Confesso que já tive amores de tirar o fôlego, mas nenhum deles começou a relação assim – e nem por isso deixei de ser feliz e viver a paixão com a devida intensidade. A verdade é que se a proposta de namoro fosse feita num “podrão” caindo aos pedaços, com cerveja em copo de geléia, já estaria valendo. Só não abriria mão das velas, do romance, da demonstração de afeto.

Comigo e com grande parte das pessoas que conheço, tem acontecido diferente. Eu desenvolvi um termômetro bastante curioso, a escova de dente. Nunca falha. Quando alguém me diz: comprei uma escova pra você, a sua é a rosa e a minha é a azul. Faz-se uma piada, trocam-se beijos e nas entrelinhas fica a mensagem: “Quero que você esteja por perto mais vezes ou, quem sabe, pra sempre”.

E assim fica selado o início de uma relação. Sem cobranças, sem pressões, sem o medo de pedir a mão e receber um NÃO como resposta e ainda de quebra, com as possibilidades de colocar os prós e os contras na balança por um tempo indeterminado. E a vida segue o fluxo.

Nesse período em que decidimos dividir as escovas, a cama e a vida, tudo se torna mágico. Um alerta no celular indica alguém lhe enviando uma mensagem de bom dia; a fragrância de um perfume fica impregnada na pele e na nossa mente; uma música qualquer tocada no momento certo passa a ser o tema da relação como numa trilha sonora de novela; os defeitos são enxergados da forma mais fofa e nem nos incomodam; os gestos de preocupação se fazem presentes; as ligações de boa noite criam rotina e cartas de amor escritas à mão, hoje tão raras, mas com um valor imensurável, aparecem no nosso travesseiro pela manhã quando ele já se foi:

 ‘Tenha um bom dia, te amo’.

 E por aí vai uma sucessão de novas sensações, um beijo diferente, assuntos novos, um cafuné involuntário, uma sensação de tranquilidade e a esperança de que o “felizes para sempre” finalmente aconteça. E, uma das coisas que passa a nos confortar, é o barulho da chave na porta. ´Ele chegou em casa`.

O namoro acontece.

Deu certo.

E agora?

As chances de um relacionamento se firmar é a mesma de afundar. As possibilidades de dar certo são as mesmas de dar errado. Isso acontece desde que o mundo é mundo. O importante é viver um dia de cada vez. Entender que dividir uma existência ou parte dela com uma pessoa nos tornará melhores, seja como for a nossa relação, de crescimento ou simplesmente de aprendizado.

Se der errado, paciência. O que vale são as tentativas, as boas intenções em investir numa vida a dois. Se as escovas ficaram tão gastas quanto o colchão, se o sexo caiu no automático, a rotina caiu no ridículo, o romance no esquecimento... Isso é o mundo real, acreditem ou não.

De nada vale resumir um namoro, um casamento, ou o que queira chamar por uma situação que foi decisiva para o término. Não existe culpado. Se algo não deu certo, bola pra frente. Sair da vida de alguém não é tarefa fácil e o desapego é uma das maiores dificuldades dos seres humanos.

Sou daqueles que prefere ver o copo pela metade cheia, que dá mais valor aos dias juntos na praia vendo um por de sol, às viagens para lugares incríveis, às fotos que se misturam entre tantas outras coisas na gaveta e que se pudessem ter uma legenda seria: como sou feliz ao seu lado. E é isso que a gente leva da vida. Todo o restante é perda de tempo.

Vida que segue. E que o casal de jovens do Leblon siga namorando mesmo que o pra sempre dure apenas alguns meses, anos, ou o tempo necessário para se tirar uma grande lição.



Bruno de Abreu Rangel



quinta-feira, 13 de março de 2014

O vilão do Grindr


O vilão do Grindr
Porque os gays de Ipanema estão sempre solteiros?


Antes que me atirem pedras, costurem o meu nome na boca do sapo e me compartilhem com comentários maldosos e ofensivos nas Redes Sociais (apesar de não temer nada disso), já aviso de antemão que não estou em nenhuma posição de julgamento quando me refiro aos gays de Ipanema. Na verdade, estou levando em consideração o estilo de vida que é mais enfático nesse bairro tão disputado pelos homossexuais do mundo todo. O fato dito aqui poderia se estender por Copacabana, Leblon, Madureira, Caxias, São Paulo, Recife e até por uma cidadezinha que nem existe no mapa.

Esbarrei com um amigo que nunca teve muita sorte de namorar porque não corresponde aos padrões de beleza. Coitado: corpo franzido, barriguinha de chopp, meio calvo e, pra piorar, um ar de quem acabou de sair da prisão. Dá pra entender porque ele sai pra night em busca de companhia e, no máximo, volta pra casa sem a carteira.

Estava eufórico me contando suas aventuras mal sucedidas no Grindr, um aplicativo de relacionamento entre homens, que ele baixou no seu celular. Disse que cansou de sentir-se rejeitado e receber maus tratos de forma gratuita. Nem colocando a sua melhor foto no perfil conseguiu tirar suspiros de algum desavisado. Suas maiores experiências foram com um bêbado e com um rapaz que bateu a porta na sua cara e fingiu que tinha batido no endereço errado.  É ... Não tá fácil pra ninguém, mas pra esse aí está mais que difícil – mas não impossível.

#xatiado.

Cansado de ser esculachado pelas “bichas de Ipanema”, que comem angu e arrotam caviar; que dividem apartamento com mais cinco; que vivem às custas de um gringo ou alguém com o dobro da idade, resolveu fazer justiça com as próprias mãos. Criou um perfil fake no Grindr e em questão de minutos tornou-se o Black Block do aplicativo, destruindo todos em nome da justiça - sem medo de repressão.
Eu, como escritor e investigador da natureza humana me interessei pelo assunto de cara e resolvi dar atenção ao fato.

O plano aconteceu assim. Ele criou um perfil com uma foto roubada da internet (um homem com um corpo escultural, que segurava uma prancha de surf, que tinha uma expressão de riqueza, bem criado, que nunca trabalhou e supostamente revezava o seu tempo entre academia e pegando onda no Arpex, ou, Arpoador). Na descrição ele se posicionava como o machão pegador, adorador da natureza, com todos os dotes inimagináveis.

Foi tiro e queda.





200 mensagens recebidas em menos de 15 minutos. Pretendente de todos os tipos surgiam na esperança de ter um feedback, ou um simples sinal de vida. Ele disse ter sido bastante generoso com pessoas “normais” dando atenção e massageando o ego desses pobres mortais. Mas o foco era atingir as “brothers de Ipanema”.

Ele percebeu que os gays que se acham os bam bam bans, que fazem cara de c* doce na praia, que posam de gato garoto no Facebook tinham, naquela ocasião, uma aproximação mais educada, escreviam com delicadeza, com um certo receio de serem rejeitados. Curvavam-se como súditos e obedeciam a todos os seus pedidos. Mandavam fotos de todos os tipos, algumas dignas de desbancar qualquer ator de Hollywood, outras, de ângulos que nem eles mesmos enxergam, mas, no final das contas, depois de muitas expectativas, recebiam uma resposta bem fria e curta:

__ Não curti, sorte aí irmão.

 Ou então: __ Você tem uma cara de bicha que bate cartão na Farme (rua mais frequentada entre os homossexuais). Valew.

E também: __ Você tem cara de que vive de dieta e tem lordose, porque sua bunda anatomicamente me parece estranha. Fui.


Fiquei abismado quando ele relatou sobre a reação das pessoas. O mundo virtual é terra de ninguém, é uma batalha de covardes em que nenhuma das partes vence. Ele afirmou que a maioria desses rapazes “bem resolvidos” queria saber o motivo pelo qual estavam sendo rejeitados e sua resposta era o silêncio seguido de um delete. Quer algo mais torturante do que isso? Agora, convenhamos, criar um perfil num aplicativo e correr o risco de ser julgado por uma foto de corpo e uma breve descrição é uma verdadeira roleta russa para a autoestima, praticamente uma humilhação psicológica. Atração envolve muito mais do que isso. É necessário observar postura, voz, jeito de falar, de se vestir, o cheiro, a pegada, o papo, a química, o conteúdo. Se é pra entrar em cena, esteja preparado para um NÃO, ponto!

Alguns dos recalcados que receberam “beijinho no ombro” ao serem deletados, acabavam por criar outro perfil na tentativa de descobrir de quem se tratava o já então considerado vilão do Grindr. Tudo leva a crer que os gays de Ipanema precisam ser desejados a todo custo, não conseguem conviver com a rejeição ou com o simples fato de que podem não ser a preferência de alguém. Mas em contrapartida agem sem o menor escrúpulo quando alguém não preenche as suas aspirações. Criam um mundo em volta do umbigo e não hesitam ferir alguém que não faça parte de seus grupinhos.

Um fato muito marcante foi o de um rapaz, figurinha fácil do Coqueirão, que é o point dos bonitões mais descolados da praia, que se propôs em usar salto alto e calcinha. Chegou até a receber fotos dessa figura que mais parecia a Tiazinha, com direito a chicote e tudo mais.  Ele, nessa travessura virtual, descobriu coisas que me fizeram pensar. Porque o garoto de Ipanema, sarado, lindo, supostamente rico e bem educado está sempre sozinho? Ele concluiu que a bicharada vive de máscaras como se o carnaval durasse o ano inteiro. Não à toa o símbolo do aplicativo é representado por uma máscara quase semelhante ao do Anonymous.  Segundo ele, os ativos são todos versáteis, os versáteis são passivos e os ativos de verdade estão sempre ocupados “comendo alguém” – até que faz sentido.  Os ricos são os pobres, os puritanos são os mais devassos e os que fazem “carão” estão sempre disponíveis nos banheiros das boates ou nos vídeos de carnaval de Floripa – que por sinal é o assunto do momento que rola no Whatsapp. Longe de mim julgar a pegação, a culpa é da testosterona. A pergunta que fica no ar é, se você veste um personagem, o que acontece quando descobrem que você é você?

Dormir com um sarado marrento e acordar com uma donzela miando é um contraste gritante. De nada adianta passar o ano fazendo ciclos de bomba para ter uma aparência mais masculina, posar com boné pra trás, desfilar de skate pela orla aos fins de semana, falar brother, brow, lek, e na hora “H” não se conter com os ritmos da Rihanna e Katy Perry.

Analisando os fatos, O garoto de Ipanema está solteiro por pura opção sim, pela simples ilusão de que haverá sempre alguém “melhor” na esquina. Essa busca incessante cria um vazio emocional, constrói ilusões, destrói sentimentos de forma que só mesmo um terapeuta pra juntar os cacos. Estão escravizados pela vaidade e precisam ostentar o que não têm, alimentar o monstro que construíram obcecadamente.  É uma tempestade na alma – e ninguém está livre disso, seja no aplicativo, nas ruas de Ipanema e em qualquer lugar onde se privem dos direitos de ser negro, gordo, asiático, pobre, ou simplesmente diferente.

Bruno de Abreu Rangel