sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Viciados em sexo


Viciados em sexo

Você seria capaz de se recordar do número de vezes que levou um homem para a cama? Porque, nós gays, somos tão fissurados com sexo?

Uma vez, numa mesa de bar um amigo heterossexual comentou perplexo, sobre a facilidade dos gays em fazer sexo com uma pessoa diferente, todos os dias, se assim desejarem. Complementou convicto de que levamos uma vida promíscua e, por fim, me perguntou o que achava disso tudo.
Eu respondi com outra pergunta, sem hesitar:

__ O que lhe impede de levar uma mulher para a cama quando você a conhece numa noite?

A própria mulher. Dei a resposta antes mesmo que ele se manifestasse. Nem precisa dizer que ele concordou porque a verdade é que uma mulher precisa ser conquistada, ela necessita de um bom restaurante, um bom vinho, uma boa conversa, tudo funciona como uma preliminar. Os homens são mais sucintos, o sexo é animal e tudo o que precisam é desarmar a bomba a qualquer custo.

Talvez, nós gays, levemos sim uma vida bastante agitada com relação ao sexo, mas porque somos dois homens com o intuito de desarmar a tal bomba, exterminar o tesão, eliminar a ansiedade que fica entre as pernas. A promiscuidade não tem nenhuma relação com a necessidade biológica, desde que você tenha a perfeita consciência do que e como está fazendo.

Diferente dos heterossexuais, os gays pensam em sexo 24 horas. Isso explica o narcisismo pela própria imagem, a luta desleal para manterem o corpo perfeito, o complexo de Peter Pan, que é o medo de envelhecer, de ter o mundo cada vez mais distante dos seus anseios.

O mundo, independente da sexualidade, está perdido de corpo e mente, as pessoas pensam no prazer instantâneo, como um Miojo que se faz em 3 minutos e mal serve para saciar a fome, apesar de preencher o vazio. Vazio este que nos tornou em compulsivos. Olhamos para a vida como um copo de água que esta na metade e damos valor sempre à parte vazia, à metade sem água, enquanto existe uma outra parte completa, cheia de densidade e volume.

Sem essa de bancar o moralista, estamos todos no mesmo barco. Mas sejamos práticos, as pessoas nunca foram tão sozinhas e vazias. A modernidade nos tornou seres alienados nos oferecendo um leque de opções e fazendo com que fiquemos perdidos. O MSN tornou-se numa tábua de frios onde se encontra de tudo um pouco, as festas se assemelham aos açougues onde as carnes ficam expostas, e as pessoas estão se prendendo em relações insólidas, por carência ou então, vivem sozinhas e doam seus corpos ao mundo, contando que, num belo dia, o príncipe encantado apareça. E ele há de aparecer, basta saber se estaremos preparados.




Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sou gay e adoro fuder. Cuido do corpo (deixando de ser magro) e estou sempre cortando as madeixas cabeleira. Morro de medo da velhice. O amor gay, no fundo no fundo, se resume na putaria mesmo. Paremos para pensar e deixar de fingir. É cu, pica e boca misturando-se ao esperma. Se o mundo gay fosse igual ao mundo hetero, cheio de grandes amores, romances e fidelidade, talvez perderiamos a maior alegria de sermos quem somos, como diz o significado do próprio nome que nos define: G-A-Y (alegre).