segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sexo sem compromisso


Sexo sem compromisso



Existe uma freqüência normal para o sexo sem compromisso? Ou existe compromisso para um sexo com freqüência? Qual a satisfação de uma transa rápida se todos nós procuramos amor?

Cada um tem uma necessidade diferente com relação ao sexo, à paixão e ao amor. Mas a verdade é que é muito mais fácil nos apaixonarmos várias vezes do que investir numa relação duradoura. É mais conveniente encontrar com um garoto na esquina e “partir para o abraço” do que sair várias vezes com ele esperando pela hora certa.


O mundo moderno simplificou as coisas. Hoje pedimos pizza pela internet e a mesma chega a nossa casa sem que nos tire de nossa comodidade. O sexo também vem pela internet, e assim como um entregador de pizza, ele vem rápido e com o compromisso de que entregará o pedido a ser saciado. Essa facilidade nos dá a ilusão de uma rápida felicidade. Mas ainda assim, é bem melhor do que colocar a mão no monitor do PC para se aquecer.


Há uma compulsão para preencher o vazio que sentimos, funciona como uma válvula de escape que utilizamos para suprir algo que nem mesmo sabemos decifrar. Seja o que for todos arrumamos uma forma para lidarmos com isso. Uns se entopem de chocolate, outros se escondem no trabalho por horas a fio, alguns se perdem nas drogas e, uma grande parte, se entrega ao sexo sem compromisso, o chamado: prazer instantâneo.


Desde que haja segurança, respeito e consciência, não há nada de errado em fazer sexo para preencher o vazio, porque todos nós convivemos com essa sensação de que algo está sempre faltando. Ainda que encontremos o parceiro ideal, compremos o apartamento dos sonhos, realizemos um projeto cuja dedicação levou anos, existirá um ponto de interrogação em nossa mente: E se? Por mais que queiramos nunca seremos completos, sempre vai faltar. Estaremos sempre mergulhados num oceano de questionamentos íntimos. Não podemos nos condenar porque às vezes queremos viver o “E se”.


Quando deixamos esse vazio tomar conta de nós, aí mora o perigo. Vivemos para o sexo atribuindo sua atividade à nossa rotina. Passamos a dormir em camas diferentes porque a companhia da solidão nos incomoda. Cansamos de beijar bocas repetidas e enxergamos todas as pessoas como um mísero pedaço de carne. O mundo não é um açougue, mas leva tempo para que descubramos isso. E cada um tem o seu tempo ideal.


Sexo sem compromisso é maravilhoso sim, mas não devemos confundir o seu real significado. Se entramos num jogo de sedução sem comprometimento, não há motivos para nos queixarmos da falta de amor, porque no fundo somos sempre aquela criança pedindo colo. Então agimos assim porque não é fácil ligar pra um cara e dizer: __ Preciso de carinho, proteção, calor humano, posso ir até aí? Ao invés disso dizemos: __ Bora pra real, Brother?


E a “real” dura alguns minutos, 11 minutos talvez, nada mais.



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